sexta-feira, 12 de agosto de 2011

La Bête.

A: Vamos descreva me o que sente!
B: Eu senti vontade de me matar...
A: Então seu caso é grave, teremos que...
B: Espere, eu não terminei, sim eu senti vontade de me matar, mas eu descobri que eu já estava morrendo, alguém, alguma coisa em mim está morrendo e eu não sei quem ou o que é!
A: Como?!
B: Sim, algo termina dentro de mim e outro quer nascer, ou simplesmente viver, porque ela já existia aqui a muito tempo.
A: Mas se sabes de tudo isso, porque me procuras?
B: Porque eu to com medo, muito medo, eu não sei quem vai aparecer e nem que está por morrer.
A: E eu posso te ajudar?
B: Talvez, somente fique pra quando a besta chegar, ou a besta ir embora, você estiver aqui pra me proteger, seja pra mata-la, ou pra acolher um novo ser franco e sujo que nasça.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

The last song.

I have a gun, and you will die
because you can kill me
with your heart knife

hey boy, this is the last night
we slept together
and you see the city lights

the crow sings the fight,
the first blow
and we are predestined to die

we'd slowly close our eyes
the last sigh, and together
we shall die

take your wings and fly
because not go to hell
I know, you'll try.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sans Nom.

Eu andei três avenidas, parei na porta de um bar que não costumava entrar
Pedi a dose daquele velho Whisky, com inicial do seu nome,
Na verdade eu estava evitando escrever ou dizer sobre,
sobre o cotidiano viver e se relacionar, o enfrentamento de tudo e todos
Deixar sair as asas que foram costuradas,
Estava preguiçoso/cansado de ter que por em relação a existência dos outros
Sem vontade de compartilhar com os outros qualquer coisa, até mesmo ocupa/respiração

Acho que eu estou ficando velho e louco, já não ligo nem dou atenção pros que falam
Não escuto mais os velhos sábios ditados, ditos por todos e mesmo assim dizem ser sábios
então todos sábios somos?
Eu vou caminhando sentimentalmente sozinho tentando.
E dae chorava, e me tachavam e eu chorava, e me acolhiam e eu chorava
eu nunca fui de muito choro, sempre preferi o riso
Mas ae um dia o riso foi se deformando em minha face e água foi rolando
Confundia com suor no começo e depois descobri as lágrimas
Foi bonito até,

Depois eu fui entrando mais pro fundo do bar, dae eu fui parar em um quarto escuro, mas silencioso ,e o silêncio que antes sempre foi pra mim doença se transformou em cura, o silêncio era seu, porque
Eu não parava de me escutar, quer dizer acho que ainda não parei...


domingo, 10 de julho de 2011

Ser So

Eu ainda gostaria de mais,
Mais um beijo, uma noite de amor
de mais uma vez acordar ao seu lado,
e poderia acontecer, mas eu continuaria a me enganar
e quanto mais eu quero? ou posso?

"Impávido medo de continuar ao seu lado,
Agora é você que me priva, de todas as
eloquentes loucuras de amor, e deixando restar
somente o frio e calado, 'Ser Sozinho'"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Le Sorti.

Você costuma sempre acordar mais cedo,
Eu gosto de te ver saindo assim,
Sempre assim, você reclama da fome
Toma seu banho, se perfuma, escolhe uma camiseta,
Reclama de novo, pois ja deve estar um pouco atrasado,
Prepara os papéis do dia, e se vai,
Eu gosto de te ver sair, mas tambem gosto de sair com você
Gosto tambem de ficar aqui com você;
Acho que sim, Gosto de você
Assim como é, meio despreocupado meio sem jeito,
Às vezes sem muitos conceitos,
E assim você vai levando dai, e eu te amando daqui.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Corações de Carvão.

Ele entrou no meio de grandes árvores feitas de penas, e com caules d’água, aves de folhas e rios de madeiras, seres com coração de carvão e pele de espinhos, mamíferos que encobertos de fogo buscavam algo furiosamente, creio eu que algo que pudesse abrigar seus filhotes, já que naquele lugar, as arvores não poderiam ser um bom abrigo a eles, e os seres os queriam afastados, pois temiam um coração aquecido, o carvão de seus corações poderia virar a mais ardente brasa.

Escondido ele observava aquele povo que se banhava em arvores, e entre um e outro banho, se escutava gritos de um possível aproximamento daqueles mamíferos. (ele não entendia o porque de tanto medo) Aliados a aquelas aves que com seus bicos trifurcados, cheios de água, cercava todo o rio de madeira.

Num certo dia ele viu um daqueles seres por uma certa falta de cuidado, deixar ser aquecido, após se aproximar de um dos mamíferos, seu coração de carvão; ele viu o ser correr e transitar entre àquelas árvores sem se molha, atravessar os rios de madeiras sem se machucar, mas com apenas alguns minutos ele cair destruído com o coração em cinzas.

(A partir dali ele entendeu o medo que os seres tinham dos mamíferos de fogo).

E a guerra se prolongou por mais alguns tempos passados, até que um dia ele observava, de longe, dois daqueles seres andarem por entre as árvores, de água e penas, quando um filhote mamífero perdido, entrou em um saco feito de algo como pedaços de nuvens, que os seres usavam para colher os frutos que se encontravam na ponta das penas das árvores, sua chama ainda era pequena e por isso os seres não sentiram seus corações aquecerem. Eles voltaram para os seus abrigos onde eles dormiam em posições fetais, de dois em dois, um de frente para o outro, em um circulo no meio daquela floresta, formada por árvores de penas e caules d’água, rios de madeiras, pássaros de folhas e mamíferos de fogo.

Naquela noite o mamífero de fogo, passou por entre todo aquele circulo durante a noite inteira, com isso os corações foram se aquecendo a ponto de criar uma linha entre o coração de todos os pares daquele circulo, chegando a um momento da noite em que um vento soprou tão forte, que as penas das árvores foram todas arrancadas seus caules d’água escorreram pela terra fazendo com que as madeiras dos rios levantassem, os pássaros perderam suas folhas que grudavam nas madeiras dos rios que se firmavam na terra junto à água dos caules que se fechavam em grandes buracos que o fogo dos mamíferos formaram, os pássaros em um profundo pranto e desespero, começaram com seus bicos trifurcados, a colher as penas das árvores, enfiando em seus corpos com tanto desespero que seus bicos foram sendo destruídos restando assim somente um deles, aqueles seres com seus corações ligados se viram quase que entrando um no outro e seus espinhos sendo quebrados.

Depois de todo o caos, ele viu, pássaros com penas, árvores com folhas e caules de madeira, rios d’água e seres com corações ardentes e pulsantes um pelo outro, os mamíferos com abrigo para seus filhotes, e a guerra chegada ao fim.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um tempo sem reação.

Agora não era devaneio, ilusão, visão
Agora era a presentificação de um ser, que antes sem pulsação
E agora cheiro (esse que agora volta as minhas narinas),
Era imaginar-real de onde seu corpo tocava, quando não o meu
De onde eras quando não eu, eu, você, eu, eu, você, eu, você, nós,
Nós? Não, não, nós não, talvez vocês.

Ele era a personificação, eu era (liquida) reação,
Eu era o medo, ele o terror.
Talvez, mutua à sensação.

Sem muita emoção:
De supetão a entrada no vagão,
Falta de reação, Olhar pro chão
Caminhar contra mão, Confirmação.

O baque, de um rosto, que agora:
- Respiração.