segunda-feira, 30 de maio de 2011

Corações de Carvão.

Ele entrou no meio de grandes árvores feitas de penas, e com caules d’água, aves de folhas e rios de madeiras, seres com coração de carvão e pele de espinhos, mamíferos que encobertos de fogo buscavam algo furiosamente, creio eu que algo que pudesse abrigar seus filhotes, já que naquele lugar, as arvores não poderiam ser um bom abrigo a eles, e os seres os queriam afastados, pois temiam um coração aquecido, o carvão de seus corações poderia virar a mais ardente brasa.

Escondido ele observava aquele povo que se banhava em arvores, e entre um e outro banho, se escutava gritos de um possível aproximamento daqueles mamíferos. (ele não entendia o porque de tanto medo) Aliados a aquelas aves que com seus bicos trifurcados, cheios de água, cercava todo o rio de madeira.

Num certo dia ele viu um daqueles seres por uma certa falta de cuidado, deixar ser aquecido, após se aproximar de um dos mamíferos, seu coração de carvão; ele viu o ser correr e transitar entre àquelas árvores sem se molha, atravessar os rios de madeiras sem se machucar, mas com apenas alguns minutos ele cair destruído com o coração em cinzas.

(A partir dali ele entendeu o medo que os seres tinham dos mamíferos de fogo).

E a guerra se prolongou por mais alguns tempos passados, até que um dia ele observava, de longe, dois daqueles seres andarem por entre as árvores, de água e penas, quando um filhote mamífero perdido, entrou em um saco feito de algo como pedaços de nuvens, que os seres usavam para colher os frutos que se encontravam na ponta das penas das árvores, sua chama ainda era pequena e por isso os seres não sentiram seus corações aquecerem. Eles voltaram para os seus abrigos onde eles dormiam em posições fetais, de dois em dois, um de frente para o outro, em um circulo no meio daquela floresta, formada por árvores de penas e caules d’água, rios de madeiras, pássaros de folhas e mamíferos de fogo.

Naquela noite o mamífero de fogo, passou por entre todo aquele circulo durante a noite inteira, com isso os corações foram se aquecendo a ponto de criar uma linha entre o coração de todos os pares daquele circulo, chegando a um momento da noite em que um vento soprou tão forte, que as penas das árvores foram todas arrancadas seus caules d’água escorreram pela terra fazendo com que as madeiras dos rios levantassem, os pássaros perderam suas folhas que grudavam nas madeiras dos rios que se firmavam na terra junto à água dos caules que se fechavam em grandes buracos que o fogo dos mamíferos formaram, os pássaros em um profundo pranto e desespero, começaram com seus bicos trifurcados, a colher as penas das árvores, enfiando em seus corpos com tanto desespero que seus bicos foram sendo destruídos restando assim somente um deles, aqueles seres com seus corações ligados se viram quase que entrando um no outro e seus espinhos sendo quebrados.

Depois de todo o caos, ele viu, pássaros com penas, árvores com folhas e caules de madeira, rios d’água e seres com corações ardentes e pulsantes um pelo outro, os mamíferos com abrigo para seus filhotes, e a guerra chegada ao fim.

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